segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Prazeres

Gema do ovo frito recém-estourada invadindo o arroz branquinho
Batatinha de drive thru roubada do saco marrom durante o caminho
Gratinado da lasanha que ficou grudado no cantinho da assadeira
Carne vermelha boa se afogando em molho madeira
Fio de queijo que estica por meio metro ao morder o pastel
Doce de leite recheando duas camadas grossas de pão de mel
Primeiro gole de cerveja em fim de semana de 32 graus
Pãozinho quente mergulhado em azeite bom e bastante sal
Hambúrguer gordo pingando maionese verde no chão
Picolé Chicabon na padaria em tarde boa de verão
Chocolate ao leite que ficou meia hora no carro quente
Depois de cinco dias de gripe, o primeiro sabor que se sente Fatia grossa de cupim cortado na churrascaria
Chupar caroço de manga em cima da pia.




Texto do livro Pega lá uma chave de Fenda, autora Ruth Manus 1° edição, 2015.

sábado, 4 de julho de 2015

A Mulher da minha vida

É triste quando você ama uma pessoa que não devia amar.
Você olha pra outra e percebe, Caraca cadê as nossas conversas? As nossas brincadeiras que só nós entendiamos?
Você percebe que ama essa pessoa, porque você tenta outros contatos. Mas nada substitui aquela pessoa.
Como esquecer? Eis a questão!
Neste momento um vazio me invade, quando estou em casa a vontade de chorar é enorme, mas não posso :( me sinto uma adolescente de 12 anos, que acaba de terminar um relacionamento e fica sem chão.
Eu pelo menos não queria regredir a essa fase, mas meus sentimentos são mais forte do que eu.
Mas quando eu lembro do que aconteceu, a vontade de desmoronar é enorme que sinto um calor no meu rosto, minha barriga dói forçando não chorar. As pessoas ao meu redor percebem que não estou bem, então tento disfarçar.
O que me dói mais é a causa desse sofrimento, eu não sou santa, mas eu fiz de tudo pra dar certo. Mas quando eu vi aquilo... Me doeu tanto, tanto, tanto que me desesperei. Arrancaram minha confiança, arrancaram o amor que havia em mim, arrancaram minha calma o meu chão.
EU NÃO QUERIA SENTIR ISSO!!
(pareço uma adolescente quando perde seu primeiro namorado)
Sinto raiva de mim, por ser fraca. Mas eu aguentei muito. Me sinto péssima em casa, quero sair pra me distrair. Mas lá eu não encontro nada, algo me falta....
EU TÔ HORRÍVEL!
tenho que seguir minha vida, porque enquanto eu to aqui a vida dela já se fez com outra. Eu a amo mais que tudo. Tenho que deixar partir. A mulher da minha vida se foi!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Nem eu entendi

As coisas aconteceram muito rápido. Achei minha resposta, pra mim foi verdadeiro.
Meu medo de amar estraga as coisas, meu medo de enfrentar as pessoas estraga tudo. Eu não posso admitir nada, pois tenho alguém em casa que vai contra meus pensamentos. Um dia cheguei perto de ser "livre". Caminhei... Cheguei perto bem de longe. Morri.

Procurando...

Quem sabe um dia eu possa amar alguém de verdade.
Já que me disseram que não sei amar.

Orgulho

Sumir da minha vida, é isso que você tem que fazer.
Eu não vou pedir desculpas.
Fiz de tudo pra não tocar em você, pra ninguém brigar.
Quis evitar discussões com meus país, acabei me prejudicando.
Mas meu último desejo é que você seja feliz!
Espero que um dia eu volte a escrever

terça-feira, 30 de junho de 2015

Incertezas

Até quando vamos ser moldados?
Ninguém se conforma do jeito que estamos, sempre querem nos apresentar algo que não nos cabe seguir.
Sempre falta aquele AUTO AJUDA.
Auto ajuda que eu digo são todos os livros que nos dão para ter base de algo que já sabemos, mas será que necessitamos realmente disso para ser quem somos? Perdemos nossa essência? E os prazeres de aprender com erros? E o prazer maior de ser autêntico?
É... Não quero parar aqui lendo livros de "Vivendo e aprendendo com os jovens" ou "Por que os homens amam as mulheres poderosas?"
Não seria bem melhor conquistar as pessoas pelo seu jeito, defeitos e graças? Seja em uma roda de amigos, seja em uma paquera ou no emprego...

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Fernando Pessoa